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Por que comer ou me pesar é tão angustiante para mim?

  • Foto do escritor: Rakechi Maria da Silva
    Rakechi Maria da Silva
  • 13 de fev.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 3 de jul.


Preocupação com os números da balança

Existem certos momentos do cotidiano em que a preocupação com o corpo ou a relação conturbada com a alimentação são mais acentuados, como por exemplo, um episódio compulsivo antes da apresentação de um trabalho de conclusão de curso ou durante a TPM.



Entretanto, quando se fala de algo persistente, tendo efeitos significativos na vida, nomearemos de outra forma. Os transtornos alimentares, comuns de se apresentarem em mulheres, mas atualmente com números expressivos entre homens, são um conjunto de sintomas complexos de origem biopsicossocial, que se referem a uma relação conflituosa com o peso, forma corporal e alimentação. Afetam intimamente a autonomia e causam prejuízos na esfera da saúde física, sexual, profissional e relacional.

 

Os excessos: controle x descontrole

Quando comer vira uma compulsão

Tomando como referência os principais transtornos alimentares: a anorexia nervosa, a bulimia nervosa e o transtorno de compulsão alimentar, serão elencadas, respectivamente, suas principais manifestações: excesso de controle, como a restrição alimentar, medo intenso de ganhar peso podendo se expressar através da fixação na checagem do corpo no espelho, vigilância constante na balança, etc.; vs o descontrole, ingesta alimentar percebida como excessiva com comportamentos compensatórios logo após como purgações, exercício físico intenso, jejuns prolongados. Ou, no caso da compulsão, a ingesta alimentar em quantidades objetivamente grandes sem compensação, acompanhadas de sensação de falta de controle.


Estar à mesa, quando acontece, pois, por vezes, as refeições são feitas de forma solitária, deixando de ser um momento prazeroso e de socialização com pessoas significativas e passam a refletir sentimentos como angústia, culpa, vergonha.

 

Etiologia e tratamento


Na psicanálise o sintoma é visto como um mensageiro que dá notícias de dinâmicas inconscientes que perpassam as relações primárias, como a estabelecida com a figura materna, além da repetição de padrões intergeracionais e transgeracionais, conflitos com a sexualidade, etc. O sintoma psicanalítico está no cruzamento, entre o corpo e o campo social. (Veras, 2023).


Socialmente há discursos que favorecem a precipitação e perpetuação de tais sintomas, como o ideal de magreza, a ausência de um espaço/tempo que permita a individualidade e as passagens naturais da vida e, por isso, o sintoma alimentar por vezes aparece enquanto denúncia desse mal-estar. A falta de consciência de tais excessos de forma precoce, traz risco para saúde física e até à vida, além de sofrimento psíquico intenso. É comum que por não notar gravidade ou mesmo pelo prazer momentâneo experimentado diante dos sintomas, as pessoas adiem a busca por tratamento.


O tratamento dos transtornos alimentares requer uma equipe multiprofissional, com psicólogo, psiquiatra, nutricionista, em alguns casos nutrólogo, etc.. Envolve lidar com afetos e não ditos, sustentar a autonomia e romper com a paralisação na vida que tal sintoma produz.







 
 
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